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Comisso Mineira de Folclore 3k4z1s



Discurso de Miriam Stella Blonski - 23/02/2018 3n576e

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Cumprimentar os componentes da mesa.
Uma boa noite a todos.
Hoje estou assumindo um dos compromissos mais desafiadores da minha vida, e o fao sob influncia da memria do saudoso e muito querido Professor Saul Martins, que me iniciou nos meandros do Folclore, e do Professor Jos Moreira, professor e amigo, que sempre orienta-me nas questes ligadas a um campo de estudo e de atuao to difcil, qual seja o Folclore e seus desdobramentos em Minas Gerais, no Brasil e no mundo. Que o sentimento forte e a irao sempre crescentes sejam os alicerces necessrios. Espero contar com o apoio e a colaborao de todos os presentes e de quantos mais puderem contribuir para o xito dessa misso.
Tomo a liberdade de evocar, neste momento, a figura do Jeca Tatu, objeto de uma pesquisa realizada em trabalho de mestrado na UFMG. Na ocasio , alm de outros autores, tivemos o escritor Monteiro Lobato e sua pesquisa intitulada “Saci Perer, resultado de um inqurito”, como base para os estudos, onde a ateno era voltada, na realidade, para o povo, expondo a personalidade dos muitos Jecas existentes no Pas, seus costumes e afazeres, sua situao econmica e social, suas mgoas e alegrias, suas crenas e mitos.
Folclore o saber do povo.
Povo o conjunto dos habitantes de um Pas, sofrendo as influncias da tecnologia, dos meios de comunicao, cada vez mais avanados e sofisticados. Essa influncia, contudo, no deve servir de elemento anulador da cultura existente e praticada por esse povo. No que ela deva permanecer inalterada, uma vez que uma das caractersticas mais marcantes da cultura seu dinamismo, sua capacidade de adaptao aos novos tempos e s novas situaes.
Atravs dos relatos orais pode-se perceber a cultura de um povo, identificar seus elementos constituintes. Ouvir, registrar, analisar tais elementos tarefa importante. No basta, entretanto, resgatar a cultura popular, evitando que se percam os mitos, as festas, o artesanato, a culinria, os costumes, as crendices.
preciso, alm de reconhec-los como smbolos da identidade de diferentes grupos , estudar e registrar seus elementos formadores, possibilitando o intercmbio de culturas atravs da sua divulgao entre cidades e pases. O mundo vai adquirindo sentido ao ser simbolizado, estruturado e transformado pelo homem. Cada novo valor, cada sentido novo, implica em formas culturais, pois a cultura uma estrutura simblica. Cada ideia, por mais simples que seja, modifica a cultura e influencia no modo de vida das pessoas.
O Professor Saul Martins, em seu livro “Folclore em Minas Gerais”, traduziu mineiridade refletindo sobre o comportamento do mineiro e tambm sobre sua obra, refletindo-se, ainda, na poltica, na linguagem, no vesturio, na culinria tpica, nos processos de trabalho, no folclore, no romantismo das modinhas, na arte, no lazer e no culto.
Todo um mundo de informaes e de modos de ser a reside . Todo um desafio. Toda uma diretriz de trabalho, que constituir nosso rumo, junto Comisso Mineira de Folclore, guiada pelo eterno maravilhamento adquirido dos grandes mestres citados.
Ao saber que havia aceito o honroso cargo no qual hoje sou empossada, minha neta Maria Emlia, proferiu a seguinte frase, que tambm o pensamento de toda a famlia: “L vai minha av, novamente, procurar a outra perna do Saci!”
Caminhemos juntos, e ao agradecer a confiana que em ns depositada, curvo-me, respeitosamente, e sado a todos os que criaram e mantm viva, atravs do tempo, esta instituio.
Muito obrigada.